
(trechos)
Extratos de uma entrevista de Julian Beck
P.27: pensamos que seria melhor
desenvolver o poder de decisão do
espectador não pela via do raciona-
lismo e da distância, mas sim pela
da histeria, do fanatismo e do terror.
P.25: aquilo que vemos com a
droga-droga é talvez mais real do
que aquilo que somos levados a com-
preender pela droga da educação,
da política, da língua, das palavras.
Estas coisas são igualmente drogas.
Desde a infância que somos droga-
dos com todas as idéias de civiliza-
ção. Precisamos de eliminar essa
droga...
(Revista 'Le Point', Bruxelas, n. 8,
Fevereiro de 1967: O caminho da
histeria, por Jean-Pierre Berck-
mans, pp. 24-29.)
"A estética do Living baseia-se num princípio simples: tudo o que é palavra pertence à literatura; só a linguagem gestual é especificamente teatral."
"'A infelicidade só por si é um mau pedagogo... Os seus discípulos aprendem a ter fome e sede, mas raramente a ter fome de verdade e sede de conhecimento. Os sofrimentos não fazem ainda do doente um médico.', dizia Brecht."
A função da palavra
"A palavra não é totalmente banida; é, pelo contrário, utilizada com diversas finalidades."
Ação ou reação?
"no Ocidente o sinal gestual não foi desenvolvido; permite apenas um tipo de comunicação rudimentar, sendo apenas legíveis relações como o anmor e o ódio, o coito e a agressão. Não se sai da relação carrasco-vítima. Um teatro baseado em meios de comunicação pobres, baseado no antropomorfismo, dificilmente poderá dar conta da complexidade das relações sociais."
"para Brecht, o conflito econômico, político, ideológico, que é mostrado em cena deve repercutir-se na platéia; deve dividir o público, fazer rebentar as suas contradições. O Living, pelo contrário, na cena como na platéia limita-se a desencadear conflitos físicos."
M. SYS
(Extraído da 'Nouvelle Critique', n. 11, Fevereiro 1968).
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