segunda-feira, 16 de março de 2009

O mistério...

"O mistério das cousas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?
E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?
Sempre que olho para as cousas e penso no que os homens pensam delas,
Rio como um regato que soa fresco numa pedra.
Porque o único sentido oculto das cousas
É elas não terem sentido oculto nenhum.

[...]


É mais estranho do que todas as estranhezas
E do que os sonhos de todos os poetas
E os pensamentos de todos os filósofos,
Que as cousas sejam realmente o que parecem ser
E não haja nada que compreender.
Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos: —
As cousas não têm significação: têm existência.
As cousas são o único sentido oculto das cousas."


...............

Um comentário:

  1. O mais estranho é que confundimos nossos sentidos e nossos desejos com algo que nada representa pra nós, numa tentativa de pertencimento inadequado e esquizofrenizante da nossa própria irrealidade.. mas quem sabe isso faz bem a alguém...
    um grande beeeeeijo!

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