sexta-feira, 12 de agosto de 2011

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"Para privilegiar um certo didatismo na nossa compreensão da “Hecceidades”, vamos adotar um frágil procedimento. Suponhamos que existam dois tipo de olhar: o olhar que ver as determinações e as formas e o olhar que ver o jogo das hecceidades. O olhar da forma é aquele que se investe nos objetos, nos sujeitos determinados e tudo ele representa num jogo de analogias. Vamos tomar como exemplo nosso amigo Yuri Tripodi. Olha-se para Tripodi e se acredita que a beleza é dele, que a sensibilidade é dele, que a generosidade é dele. Neste sentido o olhar fixo dirá: eis um cara insubstituível! Como se a beleza não fosse a expressão de forças da vida, como se ela também não correspondesse a critérios que estabelece o que é belo numa determinada época e sociedade. Como se Tripodi, estivesse condenado a ser sensível e generoso e por vezes não fosse o avesso. Ao contrário, hecceidade é um individuação sem sujeito. O olhar por hecceidade capta as intensidades, as camadas, as sigularidades que se expressam na matéria e a move. O Tripodi apaixonado, o Tripodi raivoso, o Tripodi infantil, o Tripodi lobo, o Tripodi belo, o Tripodi bicho, o Tripodi tudo, o Tripodi a depender das singularidades que se atualizam nele."


[ ESPERANDO GODOT VI ]

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