terça-feira, 14 de junho de 2011

Deleuze: a arte e a filosofia.

curso com Roberto Machado.

Junho 2011.

2º dia, anotações.


"A LITERATURA"

Deleuze utiliza Pensadores que quiseram criar o Pensamento da diferença.

* Acordo discordante, produzido pela discórdia.

* O particular está submetido ao geral.

* O original é uma potente figura solitária; revela o vazio das formas; a mediocridade das criaturas particulares; é alguém que tem o Pensamento sem imagem, fora da representação.

Cita determinado personagem cuja fala é somente "preferiria não..." - uma "anomalia", apesar de ser escrito normalmente; inventa uma nova língua dentro da própria língua materna; o personagem deixa indeterminado aquilo que rejeita (não aceita nem recusa).

O BOM LITERATO DESAFIA A LÓGICA E A PSICOLOGIA.

* Só é interessante dizer aquilo que não pode ser dito.

* DEVASTAR AS REFERÊNCIAS.

A literatura tem uma relação com o DE FORA da linguagem.

"Eu nunca vi o sertão, ou seja, nunca tive a percepção do sertão, mas, lendo Guimarães Rosa, tive o percepto do sertão."

O clichê é o particular subordinado ao geral.


DEVIR = LINHA DE FUGA = DESTERRITORIALIZAÇÃO.

O devir é contrário à imitação; é uma crítica ao modelo; se desterritorializar em relação ao modelo; escapar da forma dominante.

Deleuze não privilegia a forma e sim a força.

O devir se passa entre. Devir animal não é ser animal e sim assimilar a intensidade deste.

Só existe devir em relação a algo minoritário.

O devir diz respeito ao encontro de heterogêneos; mantém-se a tensão desse encontro.

Alguns personagens trágicos possuem um devir potente demais (para eles) que os aniquila. Porém, DELEUZE NÃO É UM FILÓSOFO DO ANIQUILAMENTO. Há no devir um perigo de desmoronamento.

Segundo Spinoza, "nada que ultrapassa a nossa capacidade de ser afetado é bom."

Por isso, a questão é: como um devir pode ser vivido? Elogio da prudência.

"O artista é alguém que analisa a doença do homem moderno e avalia a sua possibilidade de cura."



 O artista é um clínico e não um doente (como costuma ser visto).

Joyce leva sua filha, psicótica, ao consultório de Jung. Joyce mostra a Jung os textos que sua filha escreve, elogiando-os e comparando-os aos seus próprios, pois acha-os parecidos. Jung chama a atenção de Joyce para a seguinte questão: na esfera onde você flutua, sua filha afunda.

O louco, portanto, é aquele que perdeu os procedimentos (diferentemente do artista).

Nenhum comentário:

Postar um comentário