curso com Roberto Machado.
Junho 2011.
2º dia, anotações.
"A LITERATURA"
Deleuze utiliza Pensadores que quiseram criar o Pensamento da diferença.
* Acordo discordante, produzido pela discórdia.
* O particular está submetido ao geral.
* O original é uma potente figura solitária; revela o vazio das formas; a mediocridade das criaturas particulares; é alguém que tem o Pensamento sem imagem, fora da representação.
Cita determinado personagem cuja fala é somente "preferiria não..." - uma "anomalia", apesar de ser escrito normalmente; inventa uma nova língua dentro da própria língua materna; o personagem deixa indeterminado aquilo que rejeita (não aceita nem recusa).
O BOM LITERATO DESAFIA A LÓGICA E A PSICOLOGIA.
* Só é interessante dizer aquilo que não pode ser dito.
* DEVASTAR AS REFERÊNCIAS.
A literatura tem uma relação com o DE FORA da linguagem.
"Eu nunca vi o sertão, ou seja, nunca tive a percepção do sertão, mas, lendo Guimarães Rosa, tive o percepto do sertão."
O clichê é o particular subordinado ao geral.
DEVIR = LINHA DE FUGA = DESTERRITORIALIZAÇÃO.
O devir é contrário à imitação; é uma crítica ao modelo; se desterritorializar em relação ao modelo; escapar da forma dominante.
Deleuze não privilegia a forma e sim a força.
O devir se passa entre. Devir animal não é ser animal e sim assimilar a intensidade deste.
Só existe devir em relação a algo minoritário.
O devir diz respeito ao encontro de heterogêneos; mantém-se a tensão desse encontro.
Alguns personagens trágicos possuem um devir potente demais (para eles) que os aniquila. Porém, DELEUZE NÃO É UM FILÓSOFO DO ANIQUILAMENTO. Há no devir um perigo de desmoronamento.
Segundo Spinoza, "nada que ultrapassa a nossa capacidade de ser afetado é bom."
Por isso, a questão é: como um devir pode ser vivido? Elogio da prudência.
"O artista é alguém que analisa a doença do homem moderno e avalia a sua possibilidade de cura."
O artista é um clínico e não um doente (como costuma ser visto).
Joyce leva sua filha, psicótica, ao consultório de Jung. Joyce mostra a Jung os textos que sua filha escreve, elogiando-os e comparando-os aos seus próprios, pois acha-os parecidos. Jung chama a atenção de Joyce para a seguinte questão: na esfera onde você flutua, sua filha afunda.
O louco, portanto, é aquele que perdeu os procedimentos (diferentemente do artista).
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