terça-feira, 14 de junho de 2011

Deleuze: a arte e a filosofia.

curso com Roberto Machado.

Junho 2011.

1º dia, anotações.


INTRODUÇÃO

Para Deleuze, a filosofia não é uma reflexão sobre; não está acima (tendência moderna, final do século XVIII).

A filosofia é produção, criação, e não legitimação, do Pensamento.

Todos os saberes (filosofia, arte, ciência) criam Pensamento, mas há uma distinção na maneira de criar.

A ciência cria funções, a arte cria sensações e a filosofia cria conceitos.

Para Deleuze, o filósofo não desvela (algo que está a ser descoberto, digamos), mas cria, inventa, fazendo nascer o que ainda não existia.


Como os conceitos são criados na filosofia de Deleuze?

01) a partir do Pensamento de outros filósofos; usando alguns filósofos para privilegiar espaços (nos quais o seu Pensamento também está inserido); espaço SINGULAR.

02) a partir dos conceitos suscitados por outros saberes.

Deleuze constrói sua filosofia a partir dessas "fontes", pois acredita ser necessário estabelecer conexões, alianças, agenciamentos.

Deleuze não privilegia a linearidade da história, como Hegel, mas privilegia as conexões geográficas (espaciais).

A idéia é contrapor o PENSAMENTO SEM IMAGEM (diferença) à IMAGEM DO PENSAMENTO (representação).

A representação reduz o Pensamento à identidade; espaço dogmático; metafísico; racional; transcendente; quer descobrir; valores absolutos e universais.

O espaço singular, ou da diferença, é pluralista; ontológico; trágico; imanente; quer criar.

* Perspectiva não é relativismo.

Para Deleuze, a moral é sistema de julgamento. A moral se funda em valores transcendentes (bem e mal, valores metafísicos). Deleuze é um crítico da moral.

A ética avalia sentimentos, leva em consideração os modos de ser das forças vitais que definem a vontade de potência do homem.


Deleuze, ao utilizar o Pensamento de Foucault, por exemplo, não pretende encontrar a identidade deste Pensamento com o seu e sim o seu duplo com o máximo de diferenças. * É diferente, mas não é outro.

Teatro filosófico: Deleuze traz os filósofos, escreve suas falas e as dirige. É o Kafka, é o Foucault DE DELEUZE (procedimento de colagem).

Deleuze não pode ser considerado um historiador da filosofia: repetir o texto não para encontrar sua identidade, mas para afirmar a sua diferença.

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