sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

teatro e vanguarda - DE BRECHT AO LIVING

Bertolt Brecht


(trechos)


"O Modelo era a montagem resultante da aplicação da teoria ao texto concreto de cada obra. A anarquia total parecia salva."

" O 'Modelo' tinha também os seus incovenientes: proporcionava, por exemplo, que houvesse quem se lhe adaptasse e se limitasse a uma imitação superficial. Permitia também, pelo contrário, que houvesse quem, ao interpretar dialeticamente os princípios gerais de Brecht, quer dizer, ao executá-los em determinada situação e em função de determinados meios, concluísse da necessidade de variar o 'Modelo' da representação."

"o trabalho do Living excede em muito os limites previstos por Brecht. Beck e Malina - diretores da companhia Living Théâtre - não se limitaram a repensar o texto e o modelo brechtianos, mas integram-nos num discurso artaudiano muito deles, lançando assim uma ponte entre o 'teatro épico' e o 'teatro da crueldade' completamente original e longe de qualquer interpretação ortodoxa de Brecht."

"A pesquisa é apenas uma parte da função renovadora ou revolucionária que Brecht atribui ao teatro."

"O esquema de Brecht, diz-nos o Living, é válido; porém, o homem não é apenas uma entidade ligada a uma estrutura e a uma alternativa moral, mas também dor, sexo, recordação, violência."

"integrar todas as aquisições anteriores no próprio discurso, na própria experiência, de acordo com a necessidade do momento."

JOSÉ MALEÓN

(Este artigo foi extraído da revista
Primer Acto, n. 91)

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