quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

teatro e vanguarda - SERÁ A UTILIZAÇÃO DE UM MODELO UM ENTRAVE À LIBERDADE DO ARTISTA?

Bertolt Brecht


(trechos)


(Extraído de Theaterarbeit, obra colec-
tiva redigida pelos técnicos do Ber-
liner Ensemble)


"O nosso teatro pode de fato representar tudo - de Édipo a Biberpelz. E isto não é devido à existência de um determinado estilo que lhe seria próprio e que sintetizaria nele os contributos de múltiplas culturas, mas pelo contrário, à ausência total de um estilo pessoal." (Brecht)

"o melhor, na prática, é copiar e procurar sistematicamente descobrir as razões dos agrupamentos de cena, dos movimentos e dos gestos indicados. Quanto a mim, é preciso ter-se feito uma cópia para se poder fazer, por si, um modelo." (Brecht)

"Os nossos livros, os nossos quadros, os nossos teatros, os nossos filmes e a nossa música podem e devem dar uma contribuição determinante à solução dos problemas vitais da nossa nação." (Brecht)

"Os artistas 'criadores livres', não são no teatro assim tão livres como se pensa. (...) Em primeiro lugar encontram-se num estado de dependência, perfeitamente indigna, relativamente ao 'seu' público." (Brecht)

"É preciso libertarmo-nos do desprezo que temos normalmente pela arte de copiar. Copiar não é assim tão fácil; não é uma atividade desprezível, mas sim uma verdadeira arte. Quero dizer que é necessário ser-se artista para evitar precisamente que a cópia assuma esse caráter rígido e esteriotipado." (Brecht)

"o que oferecemos no teatro são cópias de comportamentos humanos. É esse o significado dos agrupamentos de cena e do modo como atuam. É por isso que o teatro que se representa hoje não é realista, porque menospreza a observação. Os atores olham para si próprios, em vez de olharem para o que os cerca." (Brecht)

"Não confundamos o inimitável com o exemplar." (Brecht)

(Extraído de 'Théâtre Populaire' n. 11,
Janeiro - Fevereiro de 1955)

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